Olhando para o mapa basquetebolístico da Europa constatamos que 26 países estarão representados na Divisão A dos campeonatos europeus de 2010 (sub16, sub18 e sub20, masculinos e femininos). Muitos países em todos os eventos ou em grande parte e apenas Israel (desceu em 2 escalões), Hungria (desceu em 1), Eslováquia e Roménia estarão presentes em apenas um dos eventos.
Destes 26 países podemos considerar que há um conjunto de "tubarões", uns com grande tamanho geográfico e basquetebolístico (Espanha, França, Russia, Turquia e Itália), outros mais geográfico (Alemanha e Polónia, embora em crescendo) e ainda outros, com tamanho essencialmente basquetebolístico, casos da Grécia e Israel e dos herdeiros das antigas potências da modalidade já dissolvidas, União Soviética (Lituânia, Bielorussia, Letónia e a mais populosa Ucrania) e Jugoslávia (Sérvia, Croacia, Montenegro e Eslovénia).
Estão assim já contabilizados 17 países que na maior parte ou na totalidade dos casos aceitamos / compreendemos que se apresentem nestas montras europeias sem a nossa companhia. O que não pode nunca significar resignação. E os restantes 9 países?
A reflexão mais criteriosa começará quando vemos a presença da Republica Checa, com presença plena e relevante no feminino, e da Bulgária, país menos poupuloso e desenvolvido que Portugal, com a presença em 3 dos eventos, tendo em 2009 tido duas participações de relevo nos sub16 e sub18 masculinos.
A preocupação tem que transparecer, saltar à vista, viajar por todo o país, quando:
- constatamos que 3 países escandinavos, todos com menor população que o nosso e sem historial relevante na modalidade, terão equipas na Divisão A - a Suécia, que estará presente em 4 eventos, a Finlândia e a Dinamarca.
- vemos 2 países do Benelux (não estará apenas o pequeníssimo Luxemburgo...) com 5 equipas na Divisão A: duas a Bélgica (vice-campeã 09 de sub16 femininos) e 3 a Holanda (Vencedor da Divisão B 2009 em sub16 femininos e em sub20 nos dois sexos).
- assistimos à presença na Divisão A de países como a Roménia e a Eslováquia, sem tamanho basquetebolístico de relevo em relação a Portugal, tendo o segundo apenas metade da população.
Quais as razões? Como trabalham nas selecções, nos clubes, nas escolas?
Dos 27 países da UE apenas nos fazem "companhia na ausência" da elite europeia do basquetebol jovem, os inexpressivos na modalidade: o "unificador" Reino Unido sub20 / a "independente" Inglaterra sub16 e 18, a Austria e a Irlanda e os muito pequenos geograficamente Estónia, Chipre, Luxemburgo e Malta.
A Avaliação não deve assentar na comparação, pois ser melhor que o colega não significa sempre ser bom, nem sem pior que o adversário significa obrigatoriamente ser mau. Mas como no Basquetebol só há uma equipa que pode ganhar cada jogo ou cada prova, estes dados comparativos servem, no mínimo, para situar Portugal no contexto europeu. E para reflectir e ... preocupar.
03 Set 09 - Miguel Faria